Pescadores do ES participam de oficina sobre automonitoramento da produção de pescado

Na ocasião os participantes aprenderam a usar o aplicativo do Observatório da Pesca Artesanal

Texto produzido pela Assessoria de Comunicação do CPP Nacional – Publicado originalmente em: www.cppnacional.org.br

Pescadores e pescadoras dos municípios de Itapemirim e Guarapari, no estado do Espírito Santo, tiveram a oportunidade de aprenderem sobre o automonitoramento da produção pesqueira, entre os dias 27 e 28 de abril. As oficinas serviram também para apresentar o aplicativo de registro da produção de pescado do Observatório da Pesca Artesanal.

Os encontros aconteceram nas sedes das colônias de pescadores Z10 e Z3 e contaram com a participação de 31 pescadores. O Secretário de Economia Solidária do CPP Nacional, Marcelo Apel ajudou no processo de formação apresentando o aplicativo para os participantes da oficina, além de ter colaborado com o debate sobre a importância do registro da produção de pescado feito pelo próprio pescador e pescadora artesanal.

Para a agente do CPP MG/ES, Luzaneide Pinto, o uso do aplicativo pode colaborar para os pescadores e as pescadoras monitorarem de maneira autônoma a produção de pescado. “A importância é que o próprio pescador ou marisqueira, possa aprender com a tecnologia, a monitorar seu pescado, seu produto. Assim, ele consegue saber no mês/ano, o que pescou, sua renda, onde pescou e assim se fortalece enquanto profissional”, defende.

Luzaneide também acredita que o automonitoramento pode trazer visibilidade para a produção da pesca artesanal e que o uso do aplicativo pode colaborar para o trabalho coletivo. “Isso colabora para o pescador aprender a trabalhar em conjunto com a comunidade, a dialogar com os companheiros/as, aprender a envolver a família nessa tarefa de baixar o aplicativo, de monitorar seu trabalho. Ganha visibilidade enquanto pessoa, enquanto profissional e enquanto sociedade. Aprende que com esse monitoramento, eles ganham mais força para enfrentar, por exemplo, o prefeito e o governo em busca de seus direitos”.

A pescadora Lucila Freitas, de Itapemirim (ES), foi uma das participantes da oficina. A facilidade de uso do aplicativo animou a pescadora a dar continuidade ao aprendizado. “Aprender a usar o aplicativo foi de extrema importância, pois é um aplicativo fácil de ser manuseado, é autoexplicativo, o que beneficia muito, principalmente a classe das pescadoras marisqueiras que sofrem com a falta de instrução”, aponta. Ela acredita que o aplicativo pode ser um instrumento de grande valia para as pescadoras e pescadores artesanais assumirem o protagonismo da sua produção. “Ele é eficaz na computação de dados e armazenamento das informações, sobre o levantamento da produção pesqueira em nosso território”, comemora Lucila.

A agente do CPP, Luzaneide Pinto, aponta também que o processo de automonitoramento ajuda na conquista da autoestima dos pescadores e pescadoras. “Foi gratificante ver o pescador manuseando o aplicativo com um sorrisão no rosto. Eles começam a perceber, nesses diálogos, que juntos podem exigir políticas públicas. Exigir do prefeito, da Secretaria de Educação, vender seu pescado para as escolas. Ganham confiança neles mesmos”, comemora.

A expectativa é que após a formação, o uso do aplicativo seja replicado para outros pescadores pelos próprios colegas. “Esperamos que outras comunidades possam nos convidar a ir falar desse automonitoramento”, aponta Luzaneide.